quarta-feira, 24 de abril de 2013

A história da prostituição.


A  História  da  Prostituição


Prostituição, acto ou efeito de prostituir-se.  A palavra vem do Latim PROSTITUTIO, de PRO-, “à frente”, mais STATUERE, “estabelecer, fazer ficar em pé”. As moças no período da antiga Roma mostravam seus encantos pelas ruas, em frente aos possíveis clientes.

Na verdade, a origem da palavra não implica em sexo nem em pagamento. Lida mais com a propaganda do que é oferecido.
De deusas à escória da humanidade, a prostituição já foi uma ocupação respeitada e associada a poderes sagrados.  Mas, com o surgimento da sociedade patriarcal, a independência sexual e econômica das mulheres restringiu-se e a meretrizes passaram a ser mal-vistas.

Em muitos aspectos, estas mulheres eram mais liberadas sexualmente, pois não sofriam a estigmatização social por ter filhos com vários homens, e também podiam buscar um companheiro, como por exemplo as mulheres astecas. 

Que a prostituição é popularmente conhecida como a "profissão mais antiga do mundo", todos sabemos. Mas o que ninguém comenta ou finge não saber é que essa nem sempre  é uma opção feminina. 

Desde que o mundo é mundo, o sistema social se baseia na imposição de poder do mais forte sobre o mais fraco física e econômicamente.  E sendo a mulher anatomicamente mais frágil, em toda história sempre estiveram sob o jugo masculino. 

Sendo a prática sexual considerada uma necessidade masculina, seja para a reprodução ou recreação. A figura feminina principalmente as de famílias escravizadas ou pobres, sempre foram vistas como uma propriedade muito disputada e requerida com essa finalidade.  As que faziam parte de familias de posses eram trocadas por dotes e as escravas ou pobres eram usadas ao bem entender do proprietários ou pais.

Tal condição sempre serviu de estimulo para as mesmas fugirem de suas casas na tentativa de guiarem suas vidas.  A maioria tendo apenas a prostituição como forma de sobrevivência, na maioria das vezes trocando sexo apenas por um teto e pão. Sendo o trabalho remunerado, algo mal visto para mulheres.

Portanto,  pelo fator de condição ou sobrevivência, o sexo é uma moeda de troca muito antiga, pois, desde o início das civilizações, contam-se histórias sobre essas profissionais. 


Na Grécia antiga, as mulheres viviam em um confinamento físico e mental. Mas aquelas que se tornavam meretrizes desfrutavam de liberdade sexual e econômica.  Sendo a prostituição vista como uma atraente maneira de conquistar a independência:

Eram ao mesmo tempo mulheres sagradas e meretrizes.  E podemos encontrar sobre as mesmas em escritos das grandes cidades da Mesopotâmia , Egito e Grécia.
O status dessas mulheres era elevado. Os reis precisavam buscar a benção da deusa, por meio do sexo ritual com as sacerdotisas, para legitimar seu poder. "Nessa época, as prostitutas do mais alto escalão do templo eram, por direito nato, agentes poderosas e prestigiadas.

Quanto às mulheres num geral, era contraditórios. Veneradas sob a forma de deusas em santuários, mas sem nenhum controle sobre seu destino na vida real.  Passavam direto da ditadura paterna para a matrimonial.  Essas estavam nos séculos VII a VIII ac, apenas poucos degraus acima do status de escravo. 
As jovens não recebiam educação formal. Mesmo nas famílias ricas eram ensinadas apenas a cozinhar, fazer trabalho doméstico e tingir tecidos.  Entre os mais pobres, que não contavam com escravos, as mulheres faziam também trabalhos no campo e manejo dos animais. 

No espaço do lar - rico ou humilde - sofriam segregação, não ocupando a mesma ala da residência reservada aos homens. 

Já as prostitutas escolhidas tinham o "privilégio" de obterem instrução, o direito de se expressarem sensual e intelec-tualmente. Para que pudessem fazer companhia aos grandes pensadores, desfrutando de seus prazeres.  

Despertando assim ciúme e revolta nas que eram submetidas a vida sofrida de sras de família.


Desde que o mundo fora visto como civilizado, sempre houve profissionais pobres e profissionais de elite. De escravas a dona de seus próprios corpos, sempre foi um grande desafio  serem aceitas pelas mulheres que serviam ao matrimônio.

As mulheres que não se submetiam a apenas um homem, sempre foram vistas com receio pelas sociedades. Devido "insultarem os valores sagrados", institucionalizados e estimular as mulheres com suas vestes sempre tão atraentes aos homens.  Por desfrutavam de liberdade sexual e econômica, tanto homens como mulheres sempre as discriminaram pelo seu poder e sedução.

A divisão das mulheres em prostitutas e esposas do início da história patriarcal. Foi na antiga Suméria, por volta de 2.000 a.C, que surgiram as primeiras leis segregando as duas. 


"Nessa época, já começava a ampliar a lacuna entre as "boas"- dóceis e obedientes - esposas e as "más" - sexualmente autônomas - ou prostitutas".

A forma patriarcal de casamento, em que o marido literalmente é dono da esposa e dos filhos, aprofundou mais ainda o abismo entre a esposa e a prostituta, na medida em que as instituições religiosas e políticas masculinas foram crescendo. "Ao mesmo tempo, as leis que "protegiam" as prostitutas e o seu trabalho as oprimido cada vez mais.

Durante a história da Mesopotâmia e do Egito, o sexo era ainda considerado sagrado e, apesar das leis, não havia uma moralidade puritana a estigmatizar as mulheres que se sustentavam vendendo sexo.

Pecado ou necessidade? Esse era o grande dilema enfrentado pelos clérigos medievais ao se colocarem na difícil tarefa de converter a Europa bárbara e romana ao cristianismo. 

Foram cruelmente perseguidas pela inquisição ver http://coerenciafeminina.blogspot.com.br/2012/08/a-caca-as-bruxas-idade-das-trevas.html.

Sob o aspecto formal, as profissionais infringiam um dos mais importantes tabus da Igreja ao praticarem a fornicação livremente. Por outro lado, as demandas do mundo cotidiano reiteravam, vez após vez, que o banimento da prostituição era uma missão praticamente impossível.

O meretrício passou a ser comercializado depois que os templos foram fechados com a chegada do Cristianismo. “A prostituição individual, hoje tão comum, era exceção.

A maioria das mulheres vivia em bordeis e casas de banho”. As mulheres entravam para a prostituição por causa da pobreza, inclinação natural, perda de status e até mesmo por pressão familiar.

Os clientes eram encontrados nas tavernas, praças, casas de banho e ate mesmo nas igrejas.
Mesmo com a condenação da igreja e todo seu rigor, as relações extraconjugais e pré-maritais eram muito usuais. Para os homens, era uma maneira de “afastá-los da homossexualidade” e desestimulá-los da prática do estupro. 

Os homens jovens tinham assim a oportunidade de “afirmar sua masculinidade e aliviar suas necessidades sexuais”.
A importância da prostituição era tamanha na dinâmica da sociedade que o rei Carlos VII da França reconheceu a necessidade dos serviços oferecidos pelos bordéis autorizando a presença destas casas de tolerância.

Freqüentadores que não eram apenas jovens no auge de suas puberdades, mas também clérigos. Diziam analogamente,  “A prostituta na sociedade é como a esgoto no palácio. Se retirar o esgoto, o palácio inteiro será contaminado”.

Tentativas existiam para controlar e organizar a prostituição. A igreja incentivava as mulheres a não se prostituírem mais e constituir família. A verdade é que a esta altura, a prostituição já era uma realidade na sociedade, entre as pessoas, algo consentido à vista para quem quisesse.

Esta é uma época marcada pelas chamadas “costureirinhas”, em que mulheres que não querendo fazer parte da classe operária, preferiam prostituir-se.  Importante ressaltar que neste mesmo período, a sífilis, doença que aterrorizava as pessoas, propagava-se cada vez mais. 


Lins, (2007) cita Hitler que, “impõe em 1935 a lei que torna obrigatório o exame pré-nupcial, proíbe o casamento de homens com doenças venéreas e lhes impõe a esterilização pela castração”. Surge a sifilofobia que é o pavor da sífilis.


O CLIENTE

Com a liberação nos anos 60, imaginou-se que a prostituição sucumbiria a satisfação sexual, pois o sexo agora era permitido e supostamente, os homens não teriam mais necessidade de buscar tais serviços. 

Mas nada disso ocorreu, a prostituta perdeu a imagem de mulher sofrida para uma mulher jovem, bonita, e bem vestida.  A mídia passa a divulgar como nunca a prostituição.  E  homens mesmo bem em seus casamentos e bem sucedidos econômicamente, continuam a se relacionarem com prostitutas.  Mas por quê? 

Existem homens que mantêm uma barreira psicológica machista que os impedem de desenvolverem bem uma vida sexual. Sendo vista por eles como imprópria para as mulheres que eles estimam e respeitam. Uma herança patriarcal de ver as mulheres como seres assexuados.  

Mantendo-nas num altar ilusório de pureza, as mulheres de sua família como esposa, filhas, mãe e irmãs. Conseguindo cumprir o ato sexual tido para eles como pevertidos como coito anal e práticas sadomasoquistas, apenas com prostitutas”. 

É uma realidade clínica cuja importância Freud viu bem para a compreensão da psique; a clivagem entre a madona e a puta está sempre prestes a surgir ou ressurgir no homem. Mas não são os clientes, mais numerosos das prostitutas.
 Na prostituição, os beijos não fazem parte do contrato, em que cada parte do corpo, cada orifício, cada especialidade são tarifados”.

Os homens buscavam o sujo, o vulgar e o obsceno, o qual desejava somente com a prostituta, que é para eles aquela que está corrompida aos conceitos morais e éticos de uma sociedade.  É aquela que permite-se e vai possibilitar ao sexo em todos os termos e de todas as formas. Causando uma excitação maior nos homens pelo sentimento de poder.


Com a prostituta, o homem se sente livre para fazer o que deseja no sexo, do jeito e da forma que quiser e quando tiver vontade. O pagamento em dinheiro o livra de qualquer outro tipo de dívida. Não precisa se preocupar com o que a mulher deseja, se está agradando ou correspondendo as suas expectativas ou as da sociedade. 


Não há nenhuma cobrança. Se ela tem ou não orgasmo não é problema dele. Não precisam fingir que estão apaixonados ou que vai procurá-la novamente, nem precisa pensar numa desculpa quando ela lhe telefonar. Isso nunca vai acontecer. Mesmo sendo um prazer individual, as regras não deixam dúvidas e ninguém esta sendo enganado. 

Mas como a tudo, existem regras, portanto. A maioria das profissionais exigem o uso do preservativo dos clientes, assim como algumas outras imposições. Algumas não fazem sexo anal entre outras coisas.

O tempo do pseudo-puritanismos e dos falsos-pudores acabaram. Hoje o que existem é um culto ao narcisismo, e uma exarcebação da individualidade e da auto-suficiência. 



              SOMOS TODOS PROSTITUÍDOS.


As prostitutas então eram pessoas que colocavam em cheque a moral de uma sociedade e a hipocrisia desta mesma. Lins (2005) levanta uma questão interessante. Baseando-se no significado do dicionário, que dá a seguinte explicação para prostituta, “mulher, que pratica o ato sexual por dinheiro”, a autora suscita algumas perguntas e reflexões.

“Então, quantas mulheres casadas, respeitadas e valorizadas socialmente se prostituem com seus próprios maridos? 

Quantas moças são educadas para só se casar com homens que lhes possam dar conforto e dinheiro? 



Quantas mulheres solteiras só aceitam ir para um motel com um homem se antes ele pagar o jantar num restaurante caro?”.

Tudo é feito discretamente, para preservar a respeita-bilidade destas mulheres.

E por que? Porque tais negociações estão em total poder da família convencional. 
Aquelas com estatus social privilegiado ou protegidos por uma dotrina.

Observem o que diz Beauvoir  "Entre as que se vendem pela prostituição e as que se vendem pelo casamento, a única diferença consiste no preço e na duração do contrato."

A prostituta ou profissional por sua vez, é desprezada, discriminada e em alguns paises criminalizadas. Mas em compensação, seu jogo é aberto.  São livres para escolherem seus clientes, o que causa grande desconforto patriarcal, que perde controle deste ser.

Enquanto no jogo social, existe uma falsa impressão de isso não existir. Uma tradição tão antiga quanto o machismo, que se perpetua, ainda nos dias de hoje.

É uma questão antiga e construída através da história, principalmente com o advento do patriarcado, em que a mulher era vista como um objeto de compra e venda. 


Esta relação entre opressor e oprimido, fez com que a mulher se defendesse utilizando as armas que tinham, no caso o próprio corpo e assim, através do prazer, para atender as exigências sexuais masculinas, mantinham acordos em troca de status, conforto material e para agradar a família.

A hipocrisia e jogo de interesses fica explicíta nesta observação, sendo que as profissionais autônomas são cruelmente perseguidas e discriminadas.


Segurando duvidosamente um crucifixo, o quadro Madalena penitente, de Francesco Hayez (1825), mostra Maria Madalena fugindo da morte e culpada, por intermédio da religião.


 De acordo com a Bíblia, ela estava presente em sua crucificação e em seu funeral. Foi ela quem encontrou vazio o túmulo de Jesus, ouviu de um anjo que ele havia ressuscitado e foi dar a notícia aos apóstolos.

Prostituta com papel de destaque na história de Cristo - foi, inclusive, canonizada pela igreja católica -, Maria Madalena poderia ter se tornado um símbolo na luta pela aceitação da atividade. 

Mas o que ocorreu foi o contrário: como personificou o estereótipo de "prostituta arrependida", acabou por disseminar uma imagem negativa sobre a prostituição, ao reforçar a ideia de que é preciso abandonar a atividade para redimir-se dos pecados e ser perdoada por Deus.

Durante a Idade Média, as prostitutas atuantes eram excomungadas da igreja católica.
Mas as que se arrependiam eram perdoadas e aceitas pela sociedade. 



Houve até um movimento de conversão, em que a igreja estimulou fiéis a "recuperar" prostitutas e casar-se com elas. Também surgiram comunidades monásticas de ex-prostitutas convertidas, que receberam o nome de "Lares de Madalena". 

Elas proliferaram pela Europa, tendo sido financiadas, em sua maioria, pelo clero. Além de Maria Madalena, a igreja enalteceu diversas outras prostitutas que salvaram suas almas pelo arrependimento, como Santa Pelágia, Santa Maria Egipcíaca, Santa Afra e outras.

O curioso é que nenhuma passagem na Bíblia afirma que Maria Madalena foi prostituta. Os textos sagrados a mencionam como pecadora, de quem Jesus expulsou sete demônios, mas não especificam qual seria seu passado. Provavelmente, o que a levou a ser vista como prostituta foi a identificação com um relato de Lucas (7:36-50) sobre uma pecadora anônima, descrita de forma a sugerir ser uma prostituta, que em certa passagem unge os pés de Cristo. 

O relato de Lucas, a respeito de tal mulher arrependida, antecede a citação nominal de Maria Madalena. No Ocidente cristão, a versão de que Maria Madalena seria essa mulher foi a mais difundida. No Oriente, a mulher anônima e Maria Madalena são vistas como pessoas diferentes.

Foi também Sólon quem, percebendo os lucros obtidos pelas prostitutas - tanto as comerciais quanto as sagradas -, organizou o negócio, criando bordéis oficiais, administrados pelo Estado. Neles, havia grande exploração das mulheres, que eram praticamente escravas. 


Junto com os bordéis oficiais, muitas meretrizes independentes exerciam o seu comércio, apesar da legislação de Sólon. "Pela primeira vez na História, as mulheres estavam sendo cafetinadas - oficialmente. Assim, de mãos dadas, nasceram a cafetinagem estatal e privada".

Foi a pressão sobre a terra, com o grande aumento da população grega, que levou Sólon a criar os primeiros bordéis. Isso porque ele trouxe para a região estrangeiros ceramistas, com o intuito de ensinar à população excedente uma nova atividade, já que a agricultura não absorvia mais a todos. 


"Para que os estrangeiros não molestassem as esposas e filhas de cidadãos gregos, ele criou um espaço de prostituição oficial na periferia da cidade, os bordéis".  

As prostitutas ficavam em frente ao cemitério, na região do cerâmico, onde estavam instaladas as oficinas dos ceramistas, e também na região do Porto do Pireu, onde eram chamadas de pornes, daí vem a palavra pornografia.

As prostitutas dos bordéis eram estrangeiras, trazidas para a Grécia exclusivamente para cumprir esse papel. Mas muitas mulheres gregas, depois de casamentos desfeitos por suspeita de traição ou outros desvios de comportamento, não viam outro caminho a não ser prostituir-se. Essas, estigmatizadas, juntavam-se às estrangeiras nos bordéis oficiais.



As prostitutas do templo de Afrodite deixaram de ser vistas como sacerdotisas e viraram escravas.  Muitas prostitutas eram cultas e instruídas, e cumpriam o papel de entreter os líderes daquela sociedade. 


Cobravam alto preço por sua companhia e podiam ou não ceder aos desejos sexuais do cliente. São as hetairas e, amantes e musas dos maiores poetas, artistas e estadistas gregos. "As hetairas  conduziam seus negócios abertamente em Atenas, trabalhando independentemente tanto dos bordéis do Estado quanto dos templos".

A prostituição sagrada também sobreviveu, embora timidamente, durante o período da Grécia clássica. Havia templos em toda a Grécia, especialmente em Corinto - dedicado à deusa Afrodite. As prostitutas do templo não mais eram vistas como sacerdotisas, eram tecnicamente escravas.


Mas, por serem consideradas criadas da deusa, mantinham a aura de sacralidade e eram homenageadas pelos clientes. "Demóstenes pagava caro por essas prostitutas. Ele ia de Atenas até Corinto só para ter relações sexuais com elas".
Frei São Tomás de Aquino, por Fra Angélico: em sua vasta obra filosófica e moral do século XIII, ele defendeu a existência da prostituição, argumentado esse ser um "mal necessário"

Roma foi uma sociedade sexualmente muito permissiva. "Eles escarneciam de qualquer noção de convenção moral ou sexual e desviavam-se de toda norma que houvesse sido inventada até então", afirma. A grande expansão urbana favoreceu o crescimento da prostituição. A vida era barata, e o sexo, mais barato ainda, diz a autora. Prostituição, adultério e incesto permearam a vida de muitos imperadores romanos.

"Falando de modo geral, a prostituição na antiga Roma era uma profissão natural, aceita, sem nenhuma vergonha associada a essas mulheres trabalhadoras".  

A vida permissiva levava mulheres a rejeitar o casamento, a ponto de o imperador Augusto estabelecer multas para as moças solteiras da aristocracia em idade casadoira. 

Muitas se registraram como prostitutas para escapar da obrigação. O sucessor de Augusto, Tibério, proibiu as mulheres da classe dominante de trabalhar como prostitutas.

Diferente da Grécia, os romanos não possuíam e nem operavam bordéis estatais, mas foram os primeiros a criar um sistema de registro estatal das prostitutas de classe baixa. Isso resultou na divisão das prostitutas em duas classes,  as meretrices, registradas, e as prostibulae (fonte da palavra prostituta), não registradas. A maior parte não se registrava, preferia correr o risco de ser pega pela fiscalização, que era escassa.

Grupo de prostitutas de elite, em Yokohama, no Japão do início do século XX: a sobriedade da imagem esconde a devassidão permitida entre quatro paredes

Condenadas na idade média.

Com o declínio do Império Romano, começou a Idade Média. Os invasores, guerreiros bárbaros, organizam a vida não mais em grandes cidades e sim em aldeias agrícolas, que não favoreciam a prostituição como a vida urbana. 


"As artes civilizadas do amor, do prazer e do conhecimento - o erótico e os demais - desapareceram durante a Idade das Trevas.  A antiga tradição de uma sensualidade feminina orgulhosa e exaltadora desapareceu para sempre.   A igreja cristã perpetua-se e reprimi a sexualidade feminina ao censurar a prostituição.

Apesar de condenada, a prostituição foi tolerada pela igreja, que a considerou "uma espécie de dreno, existindo para eliminar o efluente sexual que impedia os homens de elevar-se ao patamar do seu Deus". 


 A igreja condenava todo relacionamento sexual, mas aceitava a existência da prostituição como um mal necessário. De acordo com Jacques Rossiaud, autor de A Prostituição na Idade Média, "pode-se afirmar, sem receio de erro, que não existia cidade de certa importância sem bordel".



A violência da prostituição.

A violência na prostituição é uma constante que vai além da violência que a prostituição em si provoca, pelo fato de servir na maioria das vezes por necessidade.   Mas também se apresenta impingido o tabu da sexualidade, a predominância da moral, do preconceito da sexualidade exposta ao poder patriarcal que determina o lugar da mulher. 

A mulher em situação de prostituição é denominada de maneira violenta, isto é, percebido pelo uso dos nomes pejorativos a ela aferido e naturalmente aceito pela sociedade.  As expressões “puta”, “mulher de vida fácil”, “meretriz”, “quenga”, “destruidoras de lares”, “prostituta”, “sem vergonha” e outros e tal designação são denominadas somente a mulher que se prostituem.

A sociedade atual, embora tenha se caminhado bastante para uma equidade entre os gêneros, permanece ainda a predominância do poder do homem. Ser chamado de “filho da puta” ainda é um grande ou maior insulto a um homem.


Embora de uso comum, por medo de serem descobertos ou até mesmo de culpar alguém por suas frustrações, a violência contra profissionais do sexo sempre foi uma realidade crescente e chegando a índices preocupantes.  Pouco se sabe sobre os motivos, pois, não existem muitos estudos ou levantamentos estatísticos específicos sobre esse tipo de violência.

Algumas vezes escutamos o absurdo que sejam de vida fácil. É certo que muito tem-se conquistado, no entanto devido a repulsa ainda latente, além dos riscos de violência, por não possuirem direitos específicos, estão sujeitas ao tráfico para escravidão dentro de seu país e em países estrangeiros.

As brasileiras estão entre as maiores vítimas do tráfico de pessoas para a exploração sexual, segundo dados do Escritório das Nações Unidas contra Drogas e Crime (Unodoc)


É o pouco que conhecemos do tráfico internacional de mulheres e sua exploração sexual, o segundo negócio clandestino do mundo em lucros -entre US$ 7 e 12 bilhões anuais-, depois da venda de armas e à frente das drogas; e, segundo a ONU, a escravidão é o negócio do século 21.

Meninas entre 09 aos 21 anos, preferência de baixa escolaridade e renda.  São o principal alvo das redes internacionais de tráfico de seres humanos que atuam no País.  Os principais destinos são os Estados Unidos, Portugal, Espanha e países de língua latina.

Embora a sociedade ignore, ao menos na teoria, estão protegidas pelos direitos humanos, e possuem garantias constitucionais que são direitos difusos aplicáveis a todos os cidadãos. 

Desde de 2002, a profissional do sexo passou a ser incluído na Classificação Brasileira de Ocupação (CBO).  E com esse ganho, ao menos o estado na teoria, criou uma nova visão no trato de tal profissão, devido a necessidade de manter o controle de DST'S.


Pesquisa nacional realizada pela Coordenação Nacional de DST/Aids, em parceria com a Universidade de Brasília (UnB), revelou que a incidência de Aids entre profissionais do sexo caiu de 18%, em 1996, para 6% em 2002.



             Prostituição e objetivismo feminino.
              


Para Simone de Beauvoir . "A prostituta não tem direitos de uma pessoa, nela se resumem ao mesmo tempo, todas as figuras da escravidão feminina”.

A visão marcada da “venda do corpo” coisifica a mulher e implica numa ausência de autonomia sobre si mesma. 


Enquanto a noção articula a idéia da hierarquização dos sexos. A mulher em situação de prostituição é posta numa escala abaixo e a violência escancara o poder patriarcal. 

A prostituição é talvez a maior violência social cometida contra as mulheres. E esta violência é agudizada por sua total banalização” a prostituição é uma solicitação social, parece importuno, mas a classe dos homens beneficia se apropriando da classe das mulheres e nela conferindo os mais algozes poderes de relação.

Diante de uma história cambiante, alguns fatores se “eternizam” no tempo e no espaço, sem ter alcançado a sua auto-afirmação, assim é a prostituição, a história não deu conta de atualizar ou extinguir, por isso a permanência de uma visão arcaica e ultrapassada da prostituição também se perpetua. O mesmo discurso preconizado da “profissão mais antiga do mundo” se mantém à séculos.

A prostituição e a violência de gênero, de modo geral, são questões que perpassam os tempos se estabilizando nas distintas e novas formas de se apresentarem, sem atingir um limítrofe. 
A psicóloga Sandra V. da Silva, discorre em sua tese que a entrada na prostituição representa uma violação contra os direitos da pessoa. 
Em muitos casos as mulheres são forçadas a exercer a prostituição pelos pais, maridos, namorados, pelo abandono dos maridos que deixam mulher com os filhos sem condições de cuidá-los, enfim, como resultados das más condições econômicas e sociais.


 Esta caracterização da entrada para o exercício da prostituição constitui  a forma violenta de perda dos direitos e autonomia do corpo e da agregada relação de poder do homem para a mulher.

É necessário perceber que a prostituição é um agravante da violência permanente dos corpos femininos expostos a atos constantes de violência

Na prostituição a mulher é oprimida sexual e economica-mente, submetida ao arbítrio da polícia, a uma humilhante vigilância médica, aos caprichos dos clientes, fragilizada aos riscos iminentes das doenças, a discriminação da sociedade e família e riscos de violência.  

É realmente submetida ao nível de coisa”, esta afirmação afere que a violência e o poder destitui a mulher de si mesma à condição inferiorizada não de pessoa, mas de objeto.

 É um fato a ser encarado pela sociedade, fugindo dos preconceitos e da moralidade, é uma situação carente de urgente atenção.

A violência na prostituição não é meramente um discurso social, ela é parte de uma trajetória feminina de exposição ao poder masculino que cria uma relação mediada pelo desejo ao corpo da mulher, pela satisfação dos prazeres sexuais e relação de poder pelo dinheiro. 

Margareth Rago, refere que o lugar da prostituição é também o lugar da exposição do poder masculino e da desigualdade feminina que se relacionam na “sociabilidade”, “na prostituição os códigos enredam em uma fina teia social  "homem de bem" e "mulher de utilidade pública"  que concorrem para por em funcionamento forma de sociabilidade, fundadas na mercantilização da libido, do desejo e do prazer nas quais se evidenciam a desigualdade entres os gêneros, a opressão feminina e a violência que são intrínsecas e subjacentes”. 

No caderno de anúncios da maioria dos jornais estão lá ' Relax For Man", no neon está somente " Night Club".  Mas o mundo sabe que se trata de serviço de prostituição cinicamente proibido. Mas que assim como drogas e casa de jogos, que proporcionam faturamento de bilhões todos os anos.

Dentro destes ambientes pode-se escolher num catálogo, o produto que esta a disposição para oferecer o que o cliente desejar.

Esta relação destitui a mulher do espaço e acrescenta a prostituta.  A prostituição é sempre apresentada historicamente como algo existente nos primórdios de nossa história e da organização humana, de fato esta afirmação é uma apologia para perpetuar o sistema de dominação das mulheres, e esta conotação ganha espaço com a naturalização e banalização da prostituição.  A prostituição se transformou a escravidão do século 21.

Nos demais países da Europa ocidental a situação se repete, embora com matizes diferentes. O sexo, como se fosse uma mercadoria qualquer, já é um produto global nas mãos das redes do crime organizado. 

Quatro milhões de mulheres são vendidas todos os anos como um produto, na maioria dos casos para exercer a prostituição a milhares de quilômetros de suas casas.
Os trabalhos feitos pela ONU nos últimos anos permitiram detectar 127 países como lugares de origem, 98 como territórios de trânsito e 137 países de destino.


A indústria do sexo.

Em suas raízes, a pornografia surge como uma revolta contra o puritanismo promovido ala conservadora e cristã. 


No entanto, este legado não é nada mais que história, pois hoje reforça a opressão sexual feminina em vez de desempenhar um papel de dissensão. A pornografia é parte da indústria do sexo, mas esse termo também inclui a prostituição, os clubes de striptease e o baile erótico. 


As duas últimas manifestações apresentam a face respeitável de um mundo baseado na coisificação do corpo da mulher, mas também mostram o vínculo mais destacado entre o sexo e o mercado. 

Esse processo histórico tem muito a ver com o boom atual da indústria do sexo. De novo, as mudanças econômicas criaram uma indústria que oferece um acesso fácil à satisfação sexual. O desenvolvimento da tecnologia e o ritmo de vida que levamos nos transformaram em máquinas, completamente alienados de nossas próprias emoções, e a indústria do sexo respondeu a isso. 
Transformou o sexo e os desejos humanos em produtos vendáveis e apelos econômicos. 

Do contrário do que dizem algumas feministas atuais, a indústria do sexo não é um bom exemplo da liberdade sexual da mulher, pois fortalece a superioridade masculina como parte do sistema capitalista que tenta dividir a classe trabalhadora sob falsos preceitos.

O exemplo que ilustra isso mais claramente é o fato de que os clubes de baile erótico e striptease são freqüentados majoritariamente por banqueiros e homens de negócios do setor financeiro. Não surpreende que este setor continue sendo um dos mais sexistas, onde as mulheres ainda precisam enfrentar muita pressão na questão sexual. 

Não se trata de entrar na discussão sobre a liberdade das mulheres de escolher se querem ingressar ou não nessa indústria, já que as próprias forças do mercado e a maneira como se forma a cultura põem em dúvida essas ideias de suposta liberdade. 

A maioria das mulheres sofrem uma pressão diária para ter uma imagem coisificada que domina nossa cultura e apoia-se no mercado capitalista. 

A única maneira de combater essa opressão é, além de uma luta acima de tudo humanista contra o mercado capitalista. O sexismo não poderá ser erradicado enquanto todas profissionais não o fizerem apenas pelo prazer.


Escravas de guerra.

Confort women, ou mulheres consolo. Esse era o nome dado às mulheres que os japoneses tentaram apagar de sua história, mas que ficaram conhecidas ao redor do mundo em 1991, quando a coreana Kin Hak-Soon, já com 63 anos, veio a público e fez uma denúncia. Segundo a coreana, durante o conflito do qual saiu destruído por duas bombas atômicas, o Japão obrigou mulheres coreanas, filipinas e chinesas a 
prestarem serviços sexuais aos seus soldados.

Nazistas usavam escravas sexuais nos campos de concentração.

Com objetivo de aumentar a produtividade dos prisioneiros, nazistas obrigaram mulheres a se prostituir em um sistema de bordeis nos campos de concentração, visando elevar a produtividade entre os prisioneiros durante a Segunda Guerra Mundial.



O chefe de segurança de Adolf Hitler, Heinrich Himmler, montou os bordeis e criou um sistema de bônus que os prisioneiros dos campos podiam usar para comprar privilégios, como cigarros ou sexo.
"Himmler acreditava profundamente na potência sexual dos homens. Pensava que o uso de bordeis poderia forçar os homens a trabalhar mais".

"A SS dizia às mulheres que, se se cadastrassem para trabalhar nos bordeis, seriam libertadas após meio ano. É claro que a promessa não era cumprida", disse Sommer.
"A partir do momento em que as prisioneiras tomaram conhecimento da mentira, a SS começou a selecioná-las à força."

Prisioneiras saudáveis e de boa aparência, entre 17 e 35 anos, atraíam a atenção dos recrutadores da SS. Mais de 60% delas eram alemãs, mas havia também polonesas e soviéticas, transferidas para "a força-tarefa especial". Ao não permitirem mulheres judias, por razões de "higiene racial", os nazistas acrescentaram ao crime hediondo, o preconceito, perpetuado na cultura popular.

As mulheres eram enviadas para o hospital do campo, onde recebiam injeções de cálcio, banhos desinfetantes, alimentos e um banho de luz. O detalhe sórdido é que cerca de 70% das trabalhadoras forçadas à prostituição tinham sido presas por serem "antissociais". Nos campos, elas eram marcadas com um triângulo preto. Entre elas, havia ex-prostitutas, usadas na administração dos bordéis.


Segundo denúncias de Kin e investigações posteriores, os soldados japoneses instalaram bordéis militares nos países que dominavam. De acordo com os relatos, as mulheres eram sequestradas de suas casas e ficavam presas nesses lugares, onde deveriam servir aos soldados japoneses de todas as forças armadas.

* Era muito fácil para uma mulher ser considerada "anti-social", bastava, não cumprir as instruções de trabalho. 

* Eram destinados de 300 a 500 homens por prostitutas.



Pouco se sabe sobre as que sobreviveram, o que aconteceu com elas ou se jamais conseguiram se recuperar da experiência traumática. A maior parte delas manteve silêncio sobre seu fardo pelo resto de suas vidas.


                               Prostitutas famosas. 

Aspásia, nascida na colônia de Mileto imigrou para Atenas em 450 AC e ali viveu como estrangeira residente. 

Educada e hábil na arte de conversar e entreter, conheceu Péricles, o mais poderoso e prestigiado governante de Atenas mas não se casou com ele.  Ironicamente, uma lei de sua autoria proibia relacionamentos com estrangeiros.

Passou a viver como concubina
(pallakê ), até que Péricles se divorciou da primeira mulher. O casal teve


O relacionamento entre os dois foi alvo de retaliação pela notória influência de Aspásia sobre a forma de Péricles governar.

Embora tenha exercido a função de estratego durante 30 anos ( 460 a 430 aC), foi nesse período que Atenas atingiu o apogeu de sua vida política e cultural. Assim, o século V passou para a história como o “Século de Péricles”.

O status de estrangeira permitiu que Aspasia não ficasse confinada ao lar, podendo frequentar qualquer ambiente. Mulher legítima e legitimada e - ao mesmo tempo - amante recebia em seu salão literário amigos e admiradores que eram tratados com polidez e educação. Aspásia pensava, se mostrava, se exprimia. 


Intelectual quando a norma exigia que a glória de uma mulher fosse a invisibilidade e o silêncio, companheira admirada e respeitada pelo marido.


O grande filósofo Sócrates a admirava pela “rara sabedoria política”, e “pelo grande número de atenienses que com ela vinham aprender a arte da retórica”.




Corina de Tanagra

Corina de Tanagra,  foi represen-tante do novo movimento também sacerdotisa.  Uma sacerdotisa na Grécia antiga exercia o cargo de conselheira das lideranças e atuava como juíza em tribunais que julgavam criminosos. 

Corina foi mestra do célebre Píndaro e escreveu 5 livros de poesia ligeira, mas severa, daí seu apelido de “A mosca”.

Em confrontos com grandes nomes das letras e artes, venceu 5 vezes os famosos concursos poéticos realizados em Tebas, num momento em que era vedada às mulheres a liberdade de expressão claramente delimitados.

Diziam que uma vez tendo reparado nela, era impossível desfitá-la. Por volta dos cinquenta anos, A Rainha das Cortesãs ainda continuava a destroçar corações. Morreu aos 97 - levava então uma existência relativamente modesta e solitária, embora sem cair na miséria como a maioria das suas colegas. Ficou o ícone - que podemos ver a executar uma das suas famosas danças numa das primeiras produções cinematográficas da história.



Veronica Franco

Entre as primeiras, versões renascentistas das hetairas -  é talvez a mais famosa. 

Nasceu em 1546, filha de uma cortesã reformada, Paola Fracassa. Mulher culta, Paola insistiu para que a filha recebesse educação igual à dos seus três irmãos.


 A pequena Veronica estudou assim com professores particulares, um privilégio vedado à maioria das meninas de boas famílias, educadas apenas para o casamento. No entanto, esse era o destino que inicialmente a esperava: na adolescência casou com um médico abastado, mas a união foi um fracasso e Veronica pediu o divórcio. 

A lei, no entanto, determinava que a mulher que tomasse tal iniciativa perdia o direito ao dote que trouxera. Sem recursos e com um filho para sustentar, a beldade decidiu seguir as passadas da progenitora, empregando a educação que recebera numa carreira de cortigiana onesta. 

Aos 20 anos, figurava no catálogo di tutte le principale e più honorate cortigiane di Venezia,um documento que apresentava os retratos, descrição e honorários das mais afamadas cortesãs de luxo. O seu êxito foi tão grande que pouco depois sustentava uma casa enorme incluindo vários sobrinhos, os filhos que foram surgindo (teve seis, mas apenas três sobreviveram) muitos criados e professores para as crianças. A sua graça e espírito renderam-lhe amantes - e protectores - poderosos.

 Um deles foi Henrique III de França (irmão e amante da perturbante Rainha Margot e amado da Rainha Virgem, Elizabeth. Muitos dos seus textos celebravam abertamente a sua condição de cortesã e tinham um conteúdo atrevido; outros defendiam os direitos da sua classe e das mulheres de modo geral, ou respondiam a tentativas de provocação a ela dirigidas.



Maria Madalena.

Uma das mais famosas profissionais,  que representa que para ser salva a mulher precisa abandonar a profissão.


Segundo a Bíblia, Jesus expulsou dela sete demônios. O que isso significa? 

Na época, devido ao pouco conhecimento científico, não se sabia muito a respeito de doenças. O facto de ele ter expulsado dela 7 demônios, pode significar que a curou de doenças, pois eram consideradas demoníacas.


Maria Madalena, segundo o nosso imaginário, e segundo nos fizeram crer foi uma prostituta arrependida que passou a seguir Jesus. 

Estudiosos afirmam que Maria Madalena pertencia a uma linhagem real da dinastia de Benjamim e que, era casada com Jesus. apoiando a teoria na pintura de Vinci “A Última Ceia, em lendas, livros sobre o tema e nos recentes “Dossiês Secretos” e sobretudo nos evangelhos gnósticos. 

Gnósticos porque Jesus está dentro de cada um de nós, não há igrejas... há um profundo saber do Homem e do Mundo, "os livres pensadores"!

A Igreja Católica mandou destruir os evangelhos que contiam informações sobre ela, pois,  poderiam confundir as pessoas em relação á vida de Cristo, mas uma cópia desses evange-lhos foi encontrada no Egipto, na aldeia de Nag Hammadi em 1945. 

A Igreja tem feito um grande esforço para reunir e destruir esses documentos... porquê não se sabe mas começamos a desconfiar porquê).

Segundo o evangelho (gnósticos) de Filipe, Maria Madalena era a companheira de Jesus, ele a beijava com frequência e a amava mais do que a todos os apóstolos. Segundo alguns historiadores a palavra companheira, na época significa exactamente esposa. É claro que nem todos concordam a respeito disso. 

Há quem defenda que pode significar apenas parceira, mas o que quer que seja, revela que Jesus e Maria tinham um relacionamento próximo. “Ele a beijava com frequência”. Bem, se o que está escrito é verdade, devemos considerar essa atitude um tanto quanto estranha, é que na época as mulheres (judias) nem sequer tocavam um homem que não fosse o seu marido. 

Mas existe um problema nesta afirmação. Os documentos são extremamente velhos e estão extremamente danificados. Historiadores afirmam que há um buraco onde estaria escrito boca.

Agustina - mais tarde Carmen ou Carolina.

 Nasceu num lar empobrecido; trabalhou como criada; na infância foi vítima de um ataque brutal que a deixou estéril - e talvez por isso, decidiu nunca se deixar dominar por homem algum.  Aos treze anos, fugiu de casa com o seu namorado e parceiro de dança, Paco, para iniciar uma carreira como bailarina nos salões de Lisboa.

 Aos catorze, terá casado com um conde italiano que a perdeu num jogo de cartas. Mas foi em Paris, nas Follies Bèrgere, que criou o seu próprio mito: em poucos anos, era uma das mulheres mais desejadas da Europa. Os homens mais poderosos do planeta lançavam-se literalmente aos seus pés.

Os Reis da Sérvia, de Espanha, de Inglaterra, os Grão Duques Pedro e Nicolas da Rússia e o Duque de Westminster foram alguns dos seus amantes ilustres, dispostos a abrir mão de tudo por ela. Cobriam-na de jóias, de casas luxuosas, de carruagens, de banquetes de caviar e ostras com as respectivas pérolas. 

Por volta de 1894 era tão rica que recusou 10 mil francos a um milionário americano para lhe dar o prazer da sua companhia. O infeliz suicidou-se...um de vários a preferir uma bala à humilhação da sua recusa - ou do seu abandono. 

Detinha sobre os homens que a amavam um poder hipnótico, intoxicante. Diziam que uma vez tendo reparado nela, era impossível desfitá-la. Por volta dos cinquenta anos, A Rainha das Cortesãs ainda continuava a destroçar corações. Morreu aos 97 - levava então uma existência relativamente modesta e solitária, embora sem cair na miséria como a maioria das suas colegas. 

Ficou o ícone - que podemos ver a executar uma das suas famosas danças numa das primeiras produções cinematográficas da história.

Agustina - mais tarde Carmen, ou Carolina - Otero dizia-se filha de um fidalgo espanhol e de uma cigana andaluza. Verdade ou mentira, os seus admiradores compravam a lenda, e estavam dispostos a pagar a peso de ouro cada olhar da perturbante beldade.


Ana Jacinta de São José,  ou Dna Beija

Foi uma personalidade influente no século XIX na região de Araxá, Minas Gerais.

Ela chegou a Araxá com os avós em 1805. À medida que se tornava moça, a beleza de Ana ia causando inveja nas outras mulheres. Durante toda a vida, Dona Beija, como ficou conhecida, irritou as mulheres e encantou os homens. Apaixonada pelo fazendeiro Manoel Fernando Sampaio.
Ana Jacinta tornou-se sua noiva. O noivo lhe deu o apelido de “Beija” por compará-la à doçura e à beleza da flor “beijo”.

Em 1815, a bela jovem é raptada pelo ouvidor do Imperador, Joaquim Inácio Silveira da Motta, que fica fascinado com sua beleza. Por dois anos, Beija viveu como amante do ouvidor na Vila do Paracatu do Príncipe. Depois disso, ele retorna para Portugal e Ana Jacinta retorna a Araxá assim que recebe a notícia que seu ex-amor Antônio havia casado com outra.


Ao chegar a Araxá, ela encontrou um ambiente hostil. A conservadora sociedade local não a via como vítima, mas como uma mulher sedutora de comportamento duvidoso. Entretanto, as mulheres da cidade, consideravam-na um grande risco para os valores éticos da época e sendo assim, tornou-se uma pessoa indesejada e marginalizada pela sociedade.

Para vingar-se de Antônio, por ele ter casado com outra, Ana Jacinta resolveu prostituir-se e tornar-se amante de todos os homens que estavam casados com as mulheres que a condenaram.
Ajudada por seus amigos, construiu uma magnífica casa de campo, com o intuito de ali instalar um luxuoso bordel, conhecido como a “Chácara do Jatobá”. Dona Beija, como passou a ser conhecida, deitava a cada noite, com um homem diferente se este lhe pagasse bem, mas à condição de poder decidir com quem dormir.
Ela se tornou célebre, atraindo os homens das regiões mais remotas, para conhecer os seus encantos: esses a cobriram de dinheiro, jóias e pedras preciosas.


                                 


Madame Du Barry


Jeanne Bécu, a futura Madame du Barry,743\ 1793), de origem humilde, tornou-se amante de Luís XV. Morreu na guilhotina durante a Revolução Francesa.


 A pequena Jeanne pôde ser educada num convento, onde rece-beu uma educação muito superior à que poderia esperar, em função de sua condição social humilde.

Aos 15 anos de idade abandona o convento, e usando o nome de Jeanne Rançon, ganha a vida em diversas actividades, desde aprendiz de cabeleireira a camareira de uma família de posses, passando por empregada de balcão de uma conhecida e elegante loja, La Toilette. Pôde assim observar – e absorver – o mundo das mais altas esferas da sociedade parisiense.

Em 1763, a sua notória beleza chama a atenção de Jean-Baptiste du Barry, libertino confesso. Torna-se sua amante e instala-se na casa deste em Paris, onde acorriam inúmeras personagens ligadas à música e às artes. De facto, o conde era um grande apreciador de música e, sobretudo, de pintura, tendo Jeanne absolvido muitos dos seus conhecimentos.

Entretanto, Jean Batiste alimentava outros projetos para Jeanne: instado pelo marechal Richelieu, irá usar os bons ofícios da encantadora jovem para que Luís XV demita o Duque de Choiseul, ministro dos Negócios Estrangeiros.

É assim que, aos  19 anos, Jeanne Bécu é apresentada ao rei, então com 58 anos, que de imediato se apaixona. 
Porém, para fazer dela sua amante oficial, é indispensável conceder-lhe um título nobiliárquico. 

O casamento de conveniência com o irmão de Jean du Barry, o conde Guillaume du Barry, permite-lhe usar com toda a licitude o título de Madame du Barry, o qual já antes indevidamente usava. Assim, em 1769, a Condessa du Barry, amante oficial do rei, é apresentada à corte com a devida pompa e o incontestável escândalo.



Raquel Pacheco
Mais conhecida pelo pseudônimo de Bruna Surfistinha (Sorocaba, 28 de outubro de 1984), é uma ex-prostituta brasileira atriz de filmes pornográficos que se tornou uma celebridade da internet a partir de 2005

Raquel Pacheco foi adotada por uma família, e aponta a descoberta deste fato como uma das causas para, aos 17 anos, fugir de casa, usar drogas e prostituir-se. Informa que nunca teve falta de bens materiais, e que gozava de boa educação, em colégios particulares. Atendia os clientes - em média quatro por dia, segundo ela mesma declarou no blog e no livro - sempre em bairros nobres de alguma cidade. Foram mais de três anos de atividade.

Hoje, ela é escritora e atua como DJ em matinês e outros tipos de eventos. Além de produzir roteiros, Raquel atuou também em um longa, porém, ganhou notoriedade apenas após a publicação de sua autobiografia, O Doce Veneno do Escorpião — O Diário de uma Garota de Programa, em que deu seu depoimento ao jornalista Jorge Tarquini, que escreveu esse livro e o segundo, O que Aprendi com Bruna Surfistinha(que atingiu o posto de best-seller no Brasil).

Em 2011, fez parte do elenco da quarta edição do reality show A Fazenda da Rede Record, e conquistou o terceiro lugar da competição.

Raquel Pacheco iniciou seus esforços literários através de um blog, com o nome Bruna Surfistinha, onde comentava sua rotina como prostituta. Esse blog se popularizou entre os internautas, atingindo cerca de dez mil visitas mensais ao site. Neste blog, Raquel referia-se sobre preferências e costumes de sua vida noturna de uma maneira análoga aos diários comuns dos adolescentes.

 Depois de algum tempo como prostituta, Raquel conheceu seu futuro marido, João Correa de Moraes — ao qual ela se referia publicamente como "Pedro" ou "João Paulo". Após realizarem cerca de sete programas, João Correa abandonou a esposa para viver com Raquel. Nesta época, em 2006, no auge da fama de Raquel, ele chegou a fazer uma aparição pública no Programa do Jô.




Gabriela Leite

Foi prostituta da Boca do Lixo, em São Paulo, e da Vila Mimosa, no Rio de Janeiro, chegou a cursar sociologia na Universidade de São Paulo, mas não chegou a se formar. 

Nos anos 1980, Gabriela atuou na zona boêmia da capital mineira, nos hotéis Lírio e Catete. Comparada à holandesa Amsterdã por manter hoteizinhos de programa em pleno Centro, BH atrai Gabriela até hoje. “Adoro a cidade, a zona boêmia é uma região muito aprazível para trabalhar, por se tratar de uma rua aberta em que há todo tipo de comércio”, elogia. Ela revela que seu livro enfrentou a ira de alguns belo-horizontinos, por dizer que as transas por aqui são “bem rapidinhas”.

Mãe de duas filhas e avó, desde 1991 ela vive com o jornalista Flávio Lenz, de 56 anos. Gabriela é a defensora das prostitutas brasileiras e latino-americanas. 

Depois de militar no PT carioca, acabou desistindo da carreira.  No caso dela, remonta a 1979, quando o delegado Wilson Rizzetti, ligado ao odiado Sérgio Fleury, começou a perseguir prostitutas, na Boca do Lixo paulistana, e sumiu com algumas delas. Gabriela também está à frente da Rede Latino-Caribenha de Trabalhadoras do Sexo (Retrasex).

No livro “Filha, mãe, avó e puta: a história de uma mulher que decidiu ser prostituta”, publicado pela editora Objetiva, ela narra sua trajetória desde a infância vivenciada no casarão da Rua Domingos de Moraes, na Vila Mariana, à criação da grife Daspu em 2005.

Já no título do livro surge a primeira polêmica: conciliar as palavras filha, mãe e avó com a palavra puta, além de afirmar a decisão em tornar-se prostituta. Infelizmente, no imaginário popular ainda existe o binarismo que separa a boa mulher (do lar, a filha, a mãe e a avó) da mulher má (mulher pública, de vida fácil, a puta) levando-nos a falsa compreensão de que a prestação de serviços sexuais corrompe a essência feminina de tal forma que prostituta seja incapaz de exercer os papéis socialmente atribuídos às mulheres. 

Sob esse viés, a prostituta passa a ser percebida como desviante, delinqüente e degenerada, mas existem também aqueles que preferem olhar para essa mulher como uma vítima que “caiu no mundo da prostituição”, provavelmente, pela indução de alguma figura masculina. Gabriela se opõe a essa visão: Foi nas experiências vivenciadas em contextos de prostituição que Gabriela desenvolveu sua formação política e criou, em 1992, a ONG Davida que defende os direitos das prostitutas, a regulamentação da profissão e luta contra a ideia de vitimização que insiste em tratar a prostituição apenas como falta de opção para mulheres em situação de pobreza. 

Gabriela também é uma das idealizadoras da grife Daspu, criada com as prostitutas da Praça Tiradentes do centro do Rio de Janeiro, no final de 2005, uma alternativa para obter recursos a fim de custear os projetos que visam ao desenvolvimento pleno da cidadania das prostitutas.



Esteja a vontade para acrescentar algo.

Bom proveito!


Fontes

SOCIEDADE - AS PROSTITUTAS NA HISTÓRIA
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O segundo sexo vol 2 pag 324


https://books.google.com.br/books?id=ttXpCgAAQBAJ&pg=PA324&lpg=PA324&dq=Simone+Beauvoir+%22Entre+as+que+se+vendem+pela+prostitui%C3%A7%C3%A3o+e+as+que+se+vendem+pelo+casamento,+a+%C3%BAnica+diferen%C3%A7a+consiste+no+pre%C3%A7o+e+na+dura%C3%A7%C3%A3o+do+contrato.%22+Segundo+sexo&source=bl&ots=mVHekJS6kY&sig=0wcK2JDfvw0e7RH4R5C6zLRzwE0&hl=pt-BR&sa=X&ved=0ahUKEwjmnLzc_p_UAhVFWpAKHddhAUgQ6AEIMTAC#v=onepage&q=Simone%20Beauvoir%20%22Entre%20as%20que%20se%20vendem%20pela%20prostitui%C3%A7%C3%A3o%20e%20as%20que%20se%20vendem%20pelo%20casamento%2C%20a%20%C3%BAnica%20diferen%C3%A7a%20consiste%20no%20pre%C3%A7o%20e%20na%20dura%C3%A7%C3%A3o%20do%20contrato.%22%20Segundo%20sexo&f=false
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CHILAND, C. O sexo conduz
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LINS, Regina. N. - A cama na varanda:
*
http://www.rotadoagito.com.br/colunistas/breno_rostolato/colunas/historia_da_prostituicao.htm
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http://www.aldeiagaulesa.net/2011/07/pornografia-e-industria-do-sexo.html
*
http://leiturasdahistoria.uol.com.br/ESLH/Edicoes/15/artigo119600-1.asp*
http://origemdapalavra.com.br/pergunta/pergunta-930/
*
http://www.brasil.gov.br/secoes/mulher/cidadania-e-seguranca/trafico-exploracao-de-mulheres-e-prostituicao
*
Serviço de apoio a mulher marginalizada.
http://www.abong.org.br/associada.php?id=257
http://www.pmm.org.br/
http://chame.org.br/
http://www.redeprostitutas.org.br/
*
http://www.new.divirta-se.uai.com.br/html/sessao_7/2009/04/19/ficha_agitos/id_sessao=7&id_noticia=10209/ficha_agitos.shtml
*
http://jornaldedebates.uol.com.br/debate/quotpara-quem-reclamarquot/artigo/viol-ncia-contra-mulher-prostitui-feminina-uma-rel/13760
*
Prostituição em Pompéia.
http://www.youtube.com/watch?v=ziR0jhXiUdM
*
http://historianovest.blogspot.com.br/2009/03/as-prostitutas-na-historia-de-deusas.html
*

Sexo en la antigüedad Egipto 1 Ramses II Apetito Sexual.

http://www.youtube.com/watch?v=WU894ULwrKU
*
http://super.abril.com.br/blogs/historia-sem-fim/japoneses-tinham-escravas-sexuais-durante-a-segunda-guerra-mundial/
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http://www.oarquivo.com.br/index.php?option=com_content&view=article&id=3856:os-prostibulos-nazistas&catid=86:historia&Itemid=64 

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